terça-feira, 31 de agosto de 2010

QUE DEVEMOS PENSAR DO COMUNISMO?

por JOAHANNES GEERHARDUS VOS

Segundo o que a Bíblia ensina, o comunismo é errado a princípio. Não é errado meramente em alguns de seus aspectos ou práticas, ou por causa dos abusos a ele associados, mas é errado e maligno na sua idéia fundamental. Se pudéssemos imaginar um “perfeito” estado de comunismo, em que não houvesse tirania, campos de concentração, polícia secreta, propaganda política, nem censura de informações, ele ainda seria inerentemente pecaminoso e maligno. O capitalismo viola a lei moral de Deus pelos males e abusos a ele vinculados; o comunismo viola a lei moral de Deus por sua própria natureza e idéia fundamental. O princípio do comunismo é a posse coletiva da propriedade imposta pelo Estado. Isso pressupõe que a posse particular do indivíduo é um mal que só pode ser tolerado em pequena escala, como uma concessão à natureza humana. Isso é contrário à Bíblia, que ensina que a propriedade privada é um direito dado por Deus. O ser humano individual, como portador da imagem de Deus, deve ter o direito à propriedade privada e a aquisição de riqueza, se for para desenvolver a sua personalidade conforme o propósito de Deus e para O glorificar plenamente na sua relação com o seu ambiente. A imagem de Deus no homem abrange a implicação de que o homem deve ter o domínio sobre a Terra (Gn 1.27-28); mas o homem é essencialmente um indivíduo, com alma e consciência individuais, com competências e habilidades individuais, com esperança e desejos individuais. O comunismo procura fundir o indivíduo à massa da humanidade e isso envolve o sacrifício do elemento essencial da personalidade do homem, como portador individual da imagem divina e mordomo de Deus com domínio sobre uma parcela da criação de Deus. O comunismo assume que o indivíduo existe por causa da massa, da sociedade, mas isso é contrário à Palavra de Deus, a qual nos ensina que a sociedade e todas as instituições sociais existem por causa do indivíduo, para que ele possa alcançar o propósito divino da sua vida e assim glorificar a Deus. É o indivíduo quem possui uma alma mortal, uma consciência e a capacidade para a comunhão com Deus. Essas coisas sobreviverão a esse mundo e existem para sempre. Elas é que dão dignidade e valor reais à vida humana. Qualquer sistema que considere o ser humano individual como sem importância e busca amalgamá-lo à massa supostamente pelo bem-estar da “sociedade” é fundamentalmente errado e anticristão. Isso se aplica tanto à propriedade coletiva compulsória quanto às outras subversões da individualidade da personalidade humana.


Fonte: Comentário ao Catecismo Maior de Westminster. Comentado por Joahannes Geerhardus Vos. São Paulo: Ed. Os Puritanos, p.141 - 1433. Tradução: Marcos Vasconcelos.

O QUE DEVEM OS CRISTÃOS PENSAR DO SOCIALISMO?


Ao ler o texto abaixo, do Prof. Gary DeMar, fiquei pensando para onde caminha nossa Nação. Não acho estranho quando não-cristãos elegem Comunistas ou Socialistas. Afinal, sua Cosmovisão condiz com a busca da autonomia que tanto desejam, procurando absolutizar o Estado. Preocupa-me quando Cristãos, que deveriam considerar as Esferas de Soberania (Estado, Igreja e Sociedade), como interdependentes, absolutizam o Leviatã ou o Novo Príncipe. Choca-me quando vejo Cristãos acreditarem que o Cristianismo e o Socialismo são compatíveis em sua cosmovisão. Não veem que ambos possuem pressupostos completamente incompatíveis. Nestes dias de tanto apoio a uma candidata (ou candidato), declaradamente ligada ao Comunismo Cubano, e com mentirosa tendências totalizantes - o governo já se imiscui na esfera familiar, dizendo-nos como devemos criar nossos filhos etc; o governo já interfere na Sociedade, especialmente quanto à liberdade de expressão(como atestam os humoristas) e omissão de informações. Não sei, meu Deus, se é ignorância sobre a história, ou sobre as bases do Comuno-Socialismo. Estes dias falei para alguém: "por que GRANDE MAIORIA dos estudantes cristãos que entram nas Universidades, saem de lá com a cabeça cheia do Che e apaixonado por Cuba, Venezuela, China, Lula, Dilma, o PT e tutti quanti?". Só um CEGO não ver o processo gramsciano de doutrinação que conduz a Nação como "ovelhas MUDAS para o matadouro". Para mim ou os "caras cristãos" não entenderam Jesus ou não ENTENDERAM o Social-Comunismo! O que está acontecendo com os Calvinistas, que defendem a liberdade do Estado, da Sociedade e da Igreja? Tenho visto uma igreja cujo Corpo é Cristão, mas a Cabeça não é mais Cristo, e sim Marx!
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SOCIALISMO

Por Gary DeMar

Socialismo, juntamente com o Comunismo, seu filho ilegítimo, está avançando ao redor do mundo. O Socialismo apela ao desejo do homem de conseguir algo do nada através da agência de um governo de Estado onipotente. Sob o Socialismo, os meios de produção pertencem ao Estado. O Estado interfere nos assuntos do dia-a-dia de todas as pessoas, mesmo nas transações que eles fazem. O Estado determina o que será produzido, quanto de um item será produzido, como será produzido, onde será produzido, por quem será produzido, o que será vendido, quantas pessoas obterão o produto e como será usado.

Sob o Socialismo, o indivíduo ganha pouco incentivo para inventar, produzir um produto melhor ou ser mais eficiente, a fim do produto poder ser vendido a um preço menor e beneficiar assim toda a sociedade. O Estado determina tudo. O Socialismo é raramente democrático; isto é, as pessoas têm pouco a dizer sobre quem é eleito ao ofício para resolver as políticas socialistas. Como a democracia, os socialistas permanecem na poder pela “promessa”. Ao público votante é sempre “prometida” uma porção do dinheiro do Estado. A partir disso, os governadores são capazes de comprar os votos que precisam para permanecer no poder. Quando as pessoas estão insatisfeitas com o líder socialista, elas votarão noutro que promete cumprir suas boas promessas. A moral da história é que os governantes se prostituem para manter o poder.

Aqueles que se submetem ao Socialismo são recompensados. “Aqueles que não se submetem, como o socialista inglês George Bernard Shaw tão educadamente satirizou, serão ‘misericordiosamente assassinados’”.2 Todo Socialismo começa com “intervencionismo”, a manipulação gradual da economia através do decreto governamental. Novamente, é sempre com a promessa que as coisas ficarão melhores se o Estado interferir para “arrumá-las”.

Fonte: Monergismo (O livro fonte deste texto pode ser baixado, com autorização do autor, no link: http://www.entrewave.com/freebooks/docs/a_pdfs/gdrn.pdf)

Postado por Gaspar de Souza

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O sorriso de Maquiavel

Por R. B. Marques - Cristão, neurocientista, educador, psicanalista clínico

A notícia veiculada no Estadão sobre o manifesto de Dilma, candidata do PT à presidência da República, para "acalmar o povo de Deus", exige de nós reflexão e posicionamento.

Observem como Dilma faz promessas aos cristãos, promessas que, obviamente, não pretende cumprir. A prova é que as mesmas vão de encontro ao Plano de Governo dela e do PT, vão de encontro às propostas clássicas imorais e anticristãs defendidas pelo PT (a quem ela serve), vão de encontro ao PNDH que ela e Lula promoveram, e assim por diante.

Serra tem feito mais ou menos o mesmo. Contudo, embora também não confie nele e não o queira como presidente, Serra ainda não tem sua imagem tão associada a ideologias por demais perigosas para os cristãos. Mesmo assim, não o imagino liderando a nação, assim como não confio mais em Lula, em quem votei e até defendi por algum tempo.

Só quem é ignorante ou tem memória curta ignora que, na História antiga e recente, uma estratégia muito conhecida (e eficiente) de se chegar legitimamente ao poder é fazer acordos com adversários ideológicos, prometendo, em troca de apoio ou mesmo de silêncio, não persegui-los, não lhes criar problemas, etc. No entanto, depois de eleito democraticamente, o maquiavélico que fez o acordo descumpre-o, num ato golpista.

Não quero comparar, jamais, Dilma, ou quem quer que seja, a Hitler. Contudo, precisamos ser inteligentes para aprendermos a desconfiar de acordos e promessas de campanha, percebendo, inclusive, que déspotas malignos como Hitler chegaram ao poder através do voto, negociando com adversários, fazendo acordos e promessas. Uma vez no poder, manipulou informações, forjou evidências, distorceu acontecimentos e, assim, conseguiu eliminar, jeitosa mas violentamente, todos os adversários; instalou uma perseguição feroz (inicialmente bem camuflada) a qualquer voz que enfrentasse sua ideologia e de seu partido; colocou amigos contra amigos, vizinhos contra vizinhos, filhos contra pais, estimulando a denúncia, gerando um cenário em que as pessoas se vingavam de seus desafetos denunciando-os falsamente ao Estado, acusando-os de crimes que jamais cometeram; e, claro, conquistou o apoio das massas oferecendo, a um povo sofrido com a 1ª guerra, emprego, retomada do crescimento, prosperidade, esperança, honra... Com isso, todo mundo passou a confiar no que quer que ele dissesse ou fizesse. Nos bastidores, porém, instalava-se um Estado fortemente ideológico, de controle social, que criminalizou a opinião, perseguiu os desafetos, matou os que o ameaçavam...

É evidente, porém, que qualquer semelhança é mera coindicência. Não obstante, não nos custa sermos mais desconfiados.

Entre tantas outras aberrações ideológicas, o PT, e a própria Dilma, têm histórico de apoio a ditaduras, a censura de imprensa (somente quando esta os critica), a anular a anistia (somente do lado dos que se opuseram às tentativas de golpe comunista armado), ao aborto amplo e irrestrito, à promoção da libertinagem sexual, à indução ao homossexualismo, à perseguição à ala de cristãos que ousam manter-se fiéis ao que Deus ensina nas Escrituras, e tanto mais.

Agora, temos o controle estatal chegando aos lares, usando, como sempre, algo bom — que é proteger as crianças e adolescentes de abusos e violência — para implantar algo mau — que é intervir na educação dos filhos e proibir pais de dar simples palmadas nos filhos, ameaçando-os de prisão por fazerem algo que a Bíblia recomenda, sem considerar as ressalvas e os contextos.

Apesar de acontecer num país que se pensa democrático, apenas porque votamos e — ainda — damos nossas opiniões nas rodas de amigos, a verdade é que se trata de um típico aparelhamento de controle ideológico e de comportamento somente visto em ditaduras grotescas do nível do nazismo, do stalinismo e do maoísmo, assim como em ditaduras capitalistas veladas.

O interesse, é claro, não é impedir a palmada, mas sim usar argumentos como esse para calar e tirar do caminho aqueles que, por convicção intelectual e espiritual, podem ameaçar esse tipo de ditadura: os cristãos, que, historicamente, são os guardiões das liberdades. (Observação: favor não confundir cristãos com as religiões institucionalizadas, que em muito se assemelharam às piores ditaduras comunistas e fascistas).

Especialistas já alertam: além de uma palmadinha não fazer mal nenhum (o que é diferente de espancamentos, por exemplo, que já eram denunciados e tratados dentro das leis já vigentes), com a "lei da palmada" surgirá um clima inadministrável, em que pessoas se sentirão tentadas a prejudicar outras de quem elas não gostam por algum motivo, apenas denunciando-as ao poder público. Imagine o Conselho Tutelar invadindo sua casa e tomando a guarda de seus filhos, e você sendo preso e processado, só porque uma vizinha sua, que zangou-se com sua recusa em cortar a árvore que derruba folhas no quintal dela, lhe denunciou por "violência doméstica"... Uma outra pessoa da rua pode até testemunhar contra você, apenas por ter ouvido, por exemplo, um filho seu chorar, um dia, e entendeu que você agride suas crianças...

É de assustar como autoridades por nós eleitas para nos representar, e sustentadas com nosso dinheiro, podem chegar a esse nível de estupidez; pior, é de assustar como tantas pessoas tidas como "inteligentes", inclusive alguns profissionais da mente e da saúde, chegam ao ponto de apoiar uma lei absurda como essa; e mais grave ainda é observar como uma população inteira parece ignorar o perigo de se fazer de cega, surda e muda diante da escalada crescente de estratégias de controle social que nos tornarão, a todos, reféns dos interesses específicos de um grupo.

Entretanto, como diz o livro de Eclesiastes: "nada de novo sob o sol". Estratégias como essas aqui mencionadas, de conquista astuta e ardilosa do poder, e consequente controle ideológico de todo um povo, já constavam dos escritos e conselhos do renascentista Maquiavel — embora alguns digam que ele fora "mal interpretado". Mas, se Maquiavel realmente pensou desse modo, fico imaginando-o se estivesse vendo o que hoje fazem tantos políticos - parece até que o ouço maliciosamente sorrindo...

Tudo bem, sei que me exponho em escrever sobre esse assunto, ainda mais nesse tom. Exponho-me, inclusive, ao risco de ser tido como paranóico, tratado como adepto da teoria da conspiração. Mas a questão é, gostemos ou não, que os fatos estão aí, e merecem, no mínimo, ser objeto de alerta e reflexão, antes que cada um tome sua decisão.

Fica aqui um pedido: em vez de apenas votar — ou não votar —, ore pelos candidatos. Ore por Dilma e pelo acordo que alguns evangélicos pensam que lhes assegurará alguma coisa. Ore por Lula, pelo governo deste país. Ore para que o contato com cristãos, interesseiro ou não, sirva como porta de entrada do verdadeiro evangelho no coração dos candidatos, especialmente Dilma e Serra, que estão firmando estes acordos. Ore para que o Espírito de Deus revele-se a eles, e o levem aos pés de Cristo Jesus.

Encerro recordando que, sabemos bem, perseguir e tentar calar os cristãos lembra-nos de perto o cumprimento de profecias bíblicas bastante claras que caracterizam a chegada dos últimos tempos. Sem esquecer que, junto, vem a tentativa de desacreditar as Escrituras, de colocar a opinião pública contra a Palavra de Deus, e até de forçar os cristãos a terem de escolher entre algumas leis de um país insano, e as leis de Deus reveladas na Bíblia. Esse é o cenário ideal que precede o advento do Anticristo, e estamos assistindo, com nossos próprios olhos, os passos sutis, porém cada vez mais expostos e ousados, do doutrinamento mental da sociedade, necessário à construção desse cenário.

A pergunta é: você está preparado para o que vem por aí?

Fonte: Julio Severo

A oligarquia de esquerda

artigo de Luiz Felipe Pondé na Folha de hoje

Você acredita em justiça social? Tenho minhas dúvidas. Engasgou? Como pode alguém não crer em justiça social? Calma, já explico. Quem em sã consciência seria contra uma vida “menos ruim”? Não eu. Mas cuidado: o jargão “por uma sociedade mais justa” pode ser falado pelo pior dos canalhas. Assim como dizer “vou fazer mais escolas”, dizer “sou por uma sociedade mais justa” pode ser golpe.

Aliás, que invasão de privacidade é essa propaganda política gratuita na mídia, não? O desgraçado comum, indo pro trabalho no trânsito, querendo um pouco de música pra aliviar seu dia a dia, é obrigado a ouvir a palhaçada sem graça dos candidatos. Ou o blablablá compenetrado de quem se acha sério e acredita que sou obrigado a ouvi-lo.

Mas voltando à justiça social, proponho a leitura do filósofo escocês David Hume (século 18), “An Enquiry Concerning the Principles of Morals, Section III”. Cético e irônico, Hume foi um dos maiores filósofos modernos. É conhecida sua ironia para com a ideia de justiça social. Ele a comparava aos delírios dos cristãos puritanos de sua época em busca de uma vida pura. Para Hume, os defensores de um “critério racional” de justiça social eram tão fanáticos quanto os fanáticos da fé.

Sua crítica visava a possibilidade de nós termos critérios claros do que seria justo socialmente. Mas ele também duvidava de quem estabeleceria essa justiça “criteriosa” e de como se estabeleceria esse paraíso de justiça social no mundo. Se você falar em educação e saúde, é fácil, mas e quando vamos além disso no “projeto de justiça social”? Aqui é que a coisa pega.

Mas antes da pergunta “o que é justiça social?”, podemos perguntar quem seriam “os paladinos da justiça social”. Seria gente honesta? Ou aproveitadores do patrimônio dos outros e da “matéria bruta da infelicidade humana”, ansiosos por fazer seus próprios patrimônios à custa do roubo do fruto do trabalho alheio “em nome da justiça social”? Humm…

A semelhança dos hipócritas da fé que falavam em nome da justiça divina para roubar sua alma, esses hipócritas falariam em nome da justiça social para roubar você. Ambas abstratas e inefáveis, por isso mesmo excelentes ferramentas para aproveitadores e mentirosos, as justiças divina e social seriam armas poderosas de retórica autoritária e mau-caráter.

Suspeito de que se Hume vivesse hoje entre nós, faria críticas semelhantes à oligarquia de esquerda que se apoderou da máquina do governo brasileiro manipulando uma linguagem de “justiça social”: controle da mídia, das escolas, dos direitos autorais, das opiniões, da distribuição de vagas nas universidades, tudo em nome da “justiça social”. Ataca-se assim, o coração da vida inteligente: o pensamento e suas formas materiais de produção e distribuição.

A tendência autoritária da política nacional espanta as almas menos cegas ou menos hipócritas. A oligarquia de esquerda associa as práticas das velhas oligarquias ao maior estelionato da história política moderna: a ideia de fazer justiça social a custa do trabalho (econômico e intelectual) alheio.

Outro filósofo britânico, Locke (século 17), chamava a atenção para o fato de que sem propriedade privada não haveria qualquer liberdade possível no mundo porque liberdade, quando arrancada de sua raiz concreta, a propriedade privada (isto é, o fruto do seu esforço pessoal e livre e que ninguém pode tomar), seria irreal.

Instalando-se num ambiente antes ocupado pela oligarquia nordestina, brutal e coronelista, e sua aliada, a chique oligarquia industrial paulista, os “paladinos da justiça social” se apoderam dos mecanismos de controle da sociedade e passam a produzir sucessores e sucessoras tirando-os da cartola, fazendo uso da mais abusiva retórica e máquina de propaganda.

Engana-se quem acha que propriedade privada seja apenas “sua casa”. Não, a primeira propriedade privada que existe é invisível: sua alma, seu espírito, suas ideias. É sobre elas que a oligarquia de esquerda avança a passos largos. Em nome da “justiça social” ela silenciará todos.

Fonte: Conteúdo Livre

Kajuru Detona! Jornalista FALA aquilo que NINGUÉM NA MIDIA TEM CORAGEM DE DIZER!


sábado, 28 de agosto de 2010

A sede da Igreja Mundial do Poder de Deus é fechada novamente


O fechamento do templo e as alegações das autoridades

A Justiça determinou na última sexta-feira (20) o fechamento imediato do templo da Igreja Mundial do Poder de Deus no bairro Brás (região central de São Paulo). O mesmo prédio já havia sido lacrado em fevereiro deste ano, mas reabriu com alvará provisório.

A Igreja Mundial do Poder de Deus poderá arcar com multa diária de R$ 30 mil, caso abra o local. A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos, da 13ª Vara da Fazenda da Capital de São Paulo, também determinou que a prefeitura não emita mais licenças provisórias de e que revogue a licença atualmente em vigor.

A liminar concedida na sexta-feira veio depois de o Ministério Público entrar com uma ação civil pública contra o funcionamento do templo. Mas cabe recurso, portanto é só aguardar nova batalha judicial.

Segundo a Promotoria, o local funciona à base de alvarás temporários e não atende normas de segurança. O limite de lotação da sede, de 8,4 mil pessoas não é respeitado. Também os bombeiros apontam diversas irregularidades incluindo a precariedade e insuficiência de rotas de fuga e equipamentos de segurança em número inadequado.

Não bastassem os motivos anteriores, os atendimento de idosos desmaiados devido ao calor do local são freqüentes além do templo não ter proteção acústica, o que prejudica a vizinhança.

Já a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirma que a igreja não segue as diretrizes da para minimizar os problemas no trânsito da região. A constante movimentação, ausência de estacionamento adequado e o vai e vem de ônibus fretados prejudicam o tráfego em toda a área.


Ameaças ao Prefeito e clima de eleições

Como da outra vez em que a sua igreja foi fechada, o Valdemiro Santiago culpa, pela ordem: o prefeito, outras lideranças religiosas e o diabo, naturalmente.

Dá ultima vez, Santiago chegou muito perto de sofrer as conseqüências legais por incitar atos de desobediência civil e baderna. Ao que tudo indica, segundo seus recentes discursos na TV, o apóstolo está pronto a testar os limites das autoridades novamente e, quero crer, em se tratando de período eleitoral teremos confusão adiante.


Novas campanhas reforçam o estelionato religioso

Como da última vez que o templo foi fechado, Valdemiro deflagrou grande campanha para reformar o templo, vendeu uma rede de pesca (na verdade um pedaço de tela de mosquiteiro) por R$ 153,00 e arrecadou soma considerável. Contudo nada foi empregado na solução dos problemas do templo.

Agora, pelo mesmo propósito Valdemiro pede R$ 1.000,00 por um martelo de madeira para bater bife, o martelo da justiça, risos.

Para onde vai o dinheiro levantado nas campanhas de reforma do templo?

Os recursos foram levantados na primeira campanha, mas o templo foi aberto com pequenas mudanças cosméticas. Nenhuma entre as reformas viáveis para o local foi realizada. Mesmo as que envolveriam pequenos recursos.

A verba arrecada foi dirigida para outros projetos, um deles o megatemplo. Afinal, desde que soube dos planos (ainda secretos) de Edir Macedo para a construção do templo de Salomão, Valdemiro saiu a frente e anunciou ainda no início do ano a construção do viria a ser o maior templo do país, sem contudo dar muitos detalhes a respeito.

Lançou uma campanha de arrecadação para o mesmo e ainda tratou de investir na compra de um segundo helicóptero e em uma nova reforma em seus nababescos estúdios.

Eu tenho para mim, que este templo abre-fecha de Valdemiro é como a seca do nordeste foi para os coronéis e o programa do leite foi para o Sarney. O tinhoso quer mais é manter este infindável abre e fecha, afinal, ele não faz nada e ainda joga pressão na sua membresia arrecadando mais em campanhas movidas a choro do casal Santiago, tudo enquanto se capitaliza para vôos maiores.



Fonte: Genizah Virtual

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O QUE SERÁ QUE DILMA PENSA, REALMENTE, DE LULA???

No jornal Estado de São Paulo, uma imagem da campanha de Dilma; uma estante de livros; alguns exemplares; e lá, uma pérola! Lula é minha Anta, de Diogo Mainardi!

'LULA É MINHA ANTA', DE MAINARDI, DENTRE OS LIVROS QUE FAZEM PARTE DA ESTANTE DA DILMA

Clique sobre as imagens para vê-las ampliadas

O detalhe ampliado da foto publicada pelo Estadão nesta quarta-feira exibe parte da estante que aparece no programa eleitoral de Dilma Rousseff. Parece montagem. Mas é isso mesmo: entre Mutações, autobiografia da atriz Liv Ulmann, e um exemplar da Constituição brasileira, lá está o livro Lula é Minha Anta, de Diogo Mainardi ─ “o crítico mais mordaz e ácido do presidente da República”, segundo a repórter Denise Madueño.

“Discriminação! Cadê O País dos Petralhas???”, bradou Reinaldo Azevedo, que reproduziu o texto do Estadão em seu blog. Meu amigo e vizinho de site está coberto de razão. Se a equipe do marqueteiro João Santana quis mostrar que Dilma se converteu numa democrata tão radical que lê até as obras dos grandes satãs do PT, não poderia ter esquecido o best-seller de Reinaldo. A menos que a entrada em cena de Lula é Minha Anta tenha sido coisa de algum tucano infiltrado, admirador de Reinaldo Azevedo, que deixou em casa o exemplar autografado para não ser identificado pela dedicatória.

Lula, que nunca leu nada na vida, já teria motivos para sentir-se afrontado com a mera presença da estante. A ideia de juntar com estudada displicência livros de diferentes gêneros e autores é ofensa grave. Se o padrinho não passou sequer da orelha daquele livro de Paulo Coelho, a afilhada deveria ter-se dispensado de fingir que leu todos os poemas de Manuel Bandeira, os clássicos de William Faulkner, livros de química e física, lançamentos recentíssimos e até obras por traduzir.

Mais que afronta, mais que ofensa grave, a inclusão de Lula é Minha Anta talvez seja o primeiro indício veemente da ruptura inevitável. É possível que a criatura, anabolizada pelas últimas pesquisas de opinião, já esteja desconfiando de que não deve tanto assim ao criador. Nessa hipótese, Dilma começou a trair Lula ─ com Diogo Mainardi.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes

UNIÃO DE MOCIDADE PRESBITERIANA DA IGREJA PRESBITERIANA DOS GUARARAPES

Não preciso dizer nada. Apenas o vídeo-convite de nossa Mocidade. Tenho certeza que vai ser d+

Parabéns à Mocidade da IPG!



VÍDEO-CONVITE DA MOCIDADE DA IGREJA PRESBITERIANA DOS GUARARAPES


Postado por Gaspar de Souza

sábado, 7 de agosto de 2010

A COSMOVISÃO KUYPERIANA

O Teólogo e Filósofo Dr. Abraham Kuyper (1837 - 1920), foi um calvinista de origem holandesa, envolvido nas áreas acadêmicas e políticas da Holanda, servindo como Primeiro Ministro da Holanda entre 1901 a 1905. Fundador da Universidade Livre de Amsterdã (1880), foi administrador e professor, o Dr. Kuyper estava convicto, à luz da Teologia Calvinista, que o Cristão deveria ocupar todas as áreas da vida dita secular, não apenas religiosa. Para ele, o Calvinismo "transcende as esferas teológica e eclesiástica, ele é um sistema de vida; Ocalvinismo é uma força cultural, uma biocosmovisão, um sistema de vida , e por isso não pode estar restrito às esferas eclesiástica e teológica"(OLIVEIRA, Curso de Cosmovisão Reformada).

Abaixo um texto-resumo da visão conhecida como Neo-Calvinismo ou Filosofia Reformacional. Se você deseja conhecer um pouco mais sobre o Dr. Kuyper, recomendo fortemente o livro Calvinismo (São Paulo: Cultura Cristã, 2002).
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A Cosmovisão Kuyperiana é uma tradição no Cristianismo (frequentemente chamado de “neo-calvinismo”) que concentra-se na redenção de todas as coisas. Ela também é chamada de “Cristianismo Reformacional”, porque sustenta uma cosmovisão que conta a história Cristã da:

* CRIAÇÃO
* QUEDA
* REDENÇÃO
* CONSUMAÇÃO

Nós estamos no capítulo da História Reformacional de Deus chamada “Redenção” e, portanto, somos chamados a cumprir aquela porção da Oração do Senhor que diz: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade na terra como é feita no céu”

Aqui estão as quarto visões particulares do Neo-Calvinismo:


1. Ordem da Criação

Porque a criação foi criada num estado "muito bom", há um potencial inerente à ordem criada que também é bom. O "Mandato Cultural" de Gênesis 1.28 e 2.15 nos diz que a humanidade tem a missão de aproveitar esta potencialidade para desenvolver a cultura como Deus planejou. Tecnologia, cultura popular, o progresso, e sim, até na política, devem ser entendidas como parte da ordem original de Deus criou.

2. Antítese

O pecado não só permeia o coração de cada ser humano individual, mas também passa por todo o cosmos. Romanos 8 nos diz que toda a criação "geme" – ela sofre também. Embora o pecado seja pessoal, ele também se manifesta nas diversas organizações da sociedade.

3. Graça Comum

Mas a criação de Deus ainda é boa, embora maculada pelo pecado. Se a criação de Deus é organizada de acordo com a sua boa vontade, ele ainda oferece bons benefícios para os seres humanos. Por sua graça, Deus não apenas permite que os crentes contribuam para o bem comum, mas também os descrentes. Porque todo ser humano é feito à imagem do Deus, os incrédulos podem ter percepções verdadeiras e executar obras benéficas. Isto tem implicações enormes em nossa compreensão da atividade cultural, tanto por crentes e descrentes, e como interagirem entre si para o bem comum na renovação da sociedade, tecnologia, política etc.

4. Esfera de Soberania

O Neo-Calvinista declara que Deus criou uma diferenciação dentro da sociedade entre as diferentes “esferas de autoridade”. A Esfera de Soberania oferece uma matriz diferente para a compreensão da sociedade a partir do paradigma americano das “duas faces", que reduz a sociedade ao indivíduo e Estado. A Esfera de Soberania acredita que há estruturas sociais intermediárias, tais como famílias, igrejas, empresas e escolas que contribuem para o tecido social, tanto como indivíduos e do Estado.


"Não Existe nem uma polegada quadrada no domínio total da existência humana sobre a qual Jesus Cristo, que é soberano sobre todos, não diga: Meu!"



Fonte: Friend of Kuyper

Traduzido e Adaptado por Gaspar de Souza

SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO NORTE - CULTO DE ABERTURA DO SEMESTRE



E O TROFÉU ABACAXI VAI PARA....

Houve e ouve-se um burburinho na rede de que Dilma havia ganhado o debate da Band. Claro, que ela ganhou.... ganhou um troféu abacaxi e uma bolsa para aprender a debater, pois ficou claro que, sem assessores, ela é um desastre. Diga-se, desastre reconhecido até por D. Marta Suplicy, que chegou a afirmar: "tanta preparação para chegar nisso??". Vejam o vídeo abaixo e tirem suas conclusões sobre a desenvoltura de D. Dilma; a vivacidade com que articula as orações; a perspicuidade de seu pensamento, compreendido apenas pelo iniciados nos oráculos do petismo.



LULA E CABRAL - UMA VERDADE NÃO MOSTRADA

Depois da invenção do celular com câmera, não tem mais como esconder as safadezas dos hipócritas.

Pois bem, o Sr.Lula é ou não é um hipócrita? O Sr. Sérgio Cabral é ou não um hipócrita? O Sr. Lula, nas câmeras que lhes saltam da parte da mídia comprada e covarde, age como baluarte da moralidade, da coerência, da sinceridade, do INTERESSE PELO POVO DO BRASIL. Mas longe das câmeras reais, porém OUTRAS, ocultas, as dos celulares, o Sr. Lula mostra a sua cara. Está mais preocupado com O PLEITO POLÍTICO e sua permanência no PODER.

Do Sr. Cabral não preciso dizer nada. Olhem o vídeo e tirem suas conclusões.

Chega desta corja! Outubro está chegando! Janeiro está chegando!




Fonte do Vídeo: Blog do Aluizio Amorim

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A FÉ – Sua Natureza, Estrutura e sua Significância para Ciência


O texto que se segue, de autoria do filósofo reformado e antigo professor de filosofia da Universidade Livre de Amsterdam, D. H. Th. Vollenhoven. É um longo texto, do tipo formação de opinião. No discurso que ele apresentou na Conferência dos Estudantes - em Utrech, Holanda, em 1950. O assunto geral é sobre Fé, Ciência e o Cientista. O tema encontra-se no título desta postagem. O texto de Vollenhoven discorre sobre a base epistêmica do cientista e do fundamento pístico da ciência. Espero os comentários dos leitores, especialmente os interessados no debate fé x ciência.
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A FÉ – Sua Natureza, Estrutura e sua Significância para Ciência
Por
D.H.Th. Vollenhoven
Professor Emeritus
Universidade Livre de Amsterdam

Observações feitas na Conferência dos Estudantes – em Utrech, Holanda, 1950 – sobre Fé, Ciência e o Cientista.

Esta é uma tradução provisória de um discurso originalmente publicado em Geloof en Wetenschap: Levensbeschouwing en levenshouding van de Academicus. Utrecht – Nijmegen: N.V. Dekker & Van de Vegt[1].

Você está convidado a contribuir para este Congresso. Eu alegremente responderei a ele. Não apenas por causa das lembranças prazerosas de meus dias de estudante em Utrech em 1946, mas também, e especialmente, para reforçar nosso contato. Pois, se eu vejo corretamente, Católicos Romanos e Calvinistas na Holanda estão tornando-se estranhos uns aos outros – para detrimento de nosso país. Se esta está para mudar, é necessário, primeiro, um entendimento mútuo e claro. Poucas ocasiões são mais propícias para isto do que congressos com estes.


I. A Natureza da Fé

Tomando “fé” no sentido de fé religiosa e, primariamente, no sentido ativo de “crença” – então qual é a natureza da “fé”?

Eu descreveria fé no sentido de crença como a mais alta função na vida individual do homem. Se um homem é cristão ou – para mencionar os extremos – um pagão, é, claro, terrivelmente importante, mas incidental para nossa definição; todos possuem fé. Isto é assim porque crenças pertencem à estrutura da vida humana, na qual, a despeito de importantes diferenças na realização, é a mesma para todos.

Com esta estrutura (da vida humana), nós podemos, além disso, distinguir o “interior” e o “exterior”, ou, se você preferir, o central e o periférico, coração [2] e funções (‘functiemantel’).

Quando eu assim considero fé a mais alta função na existência humana, duas coisas são indicadas: por um lado, que a crença é apenas uma função; e, por outro lado, que a crença é mais importante na escala de funções.

Primeiro: crença é apenas funcional. Isto quer dizer: fé não é idêntica ao coração, mas é determinada pelo coração, seja para o bem ou mal, isto é, na obediência da lei do amor ou não. Em outras palavras, o homem integral é religioso, e sua vida é um caminhar ante a face de Deus em obediência ou desobediência.

Mas também: na estrutura da existência funcional a fé ocupa o lugar mais importante. Esta função é a mais alta, em que implica que todas as outras são mais baixas, e, assim, juntas formam o substrato da fé. Então, é a isto que a fé refere a todas outras funções e que estas, após outras, assinalando adiante para (antecipar) fé. Fé, então, é parte do “manto” funcional e, com isto, da estrutura do homem; e não algo que nunca foi perdido e que possa, posteriormente, retornar como donum superadditum, um dom superadicional (da graça)

Até agora, eu considerei fé na existência individual. Mas um homem nunca vive desta maneira: ele é nascido da comunidade e dentro de muitas comunidades. Existem muitas dessas relações sociais. Pense, por exemplo, da associação, empreendimento econômico, o estado e a família. Todas estas relações sociais têm em comum o fato de elas terem formações históricas em como seus fundamentos, além do que elas implicam a vida da linguagem, observação de formas sociais e sexuais, enquanto suas mais altas funções delimitam seus destinos.

A comunidade de fé também é uma estrutura social. Isto também é inerente na vida humana. Não apenas no Cristianismo, mas também entre os pagãos uma comunidade de fé é conhecida. Nos arredores cristãos, estas comunidades são chamadas de “igrejas”.

A igreja tem, portanto, assim como as relações sociais que acabamos de nos referir, um caráter funcional. Deve-se distinguir “igreja” de “corpus christianum”, o povo do Senhor, que é uma comunidade pré-funcional arraigada em Cristo. Daí os ofícios da igreja serem também funcionais e deveria ser distinguido dos ofícios pré-funcionais em que caracteriza os atos dos homens em assuntos que são feitos pela humanidade perante Deus.

Com isto, chegamos à genética. A vida humana não é algo apenas presente: ela também tem um passado. Este passado desempenha seu papel na educação que prepara um indivíduo jovem para estar na sociedade, dentro das relações sociais, quando ele tem “maioridade”. Mas o passado também é importante para a comunidade – elas também têm história. Aqui também a direção é determinada pelo coração, bem como a religião; ou seja, pela relação com Deus. É por isso que a queda de Adão foi determinativa para a história da religião. Adão não perdeu a fé – a redirecionou: ele já não acreditava mais em Deus, mas em Satã. Mas ele perdeu seu ofício pré-funcional, que posteriormente foi confiada a Cristo como o segundo Adão.

Assim, pode-se entender que a fé, embora seja sempre uma função de uma existência humana individual, é incorporada não apenas na totalidade daquela existência, mas também na vida da humanidade, seja em Cristo ou não – não importa quantas vezes a vida real mostra um esforço misto em ambas as direções de uma vez.

II. A Estrutura da Fé

Sendo funcional, a fé é sujeita à lei funcional; neste aspecto, é semelhante a todas as outras funções. Agora, lei e função nunca se aglutinam – não na fase pré-analítica. Mas no caso da função analítica (também chamada de lógica), nos depararmos com algo peculiar. Sua natureza é: analisar, distinguir. Distinguir é simplesmente observar a diversidade existente de forma independente em relação a esta atividade de distinção. Portanto, a analítica é também capaz de observar a distinção da lei e função. Não apenas em outra esfera da lei, mas também no caso da análise própria. Daí a função analítica poder distinguir a si mesmo da lei que a sustenta. Se for possível chamaremos esta lei de “norma”. Então, lei e norma não devem ser colocados em oposição um ao outro, mas devem ser distinguido entre as leis que são normas e leis que não são normas.

Em razão das relações mútuas entre as funções, não existe pós-função analítica sem auto-identificação; as leis para todas estas funções conseqüentemente são normas. É por isso que falamos de normas para a analítica, para o técnico-histórico, para a linguagem, para a vida sexual, para a economia etc.

Assim também a fé é submetida a uma lei que é uma norma. Esta norma é a palavra de Deus em seu aspecto-fé ou – no paganismo – que toma o seu lugar. Em esta norma requer reconhecimento.

Além disso, a função-fé não é apenas a norma na lei que se correlaciona com a função: sujeito a esta lei esta, também permanece na relação como todas as coisas, salvo que é sujeitada para esta lei. Parte disto é sujeito, para é objeto.

Objetos na esfera da fé são todas as coisas que não tem fé como uma função-sujeito; elas também desempenham uma parte na vida de fé; como Cristão, eu acredito que todas as criaturas, com base na revelação, são criaturas de Deus. Os sacramentos ocupam um lugar especial: eles permanecem o que são, mas ao mesmo tempo eles servem à proclamação como sinal e selo, isto é, para esclarecer e confirmar.

A Fé também está relacionada ao seu substrato (ou seja, a outras funções). A Fé não só repousa sobre ele, mas forma um todo com ele. É por isso que a fé refere-se a este substrato por meio de características que são inerentes à fé; a alegria e a tristeza da fé referem-se ao físico; seu pensamento e conhecimento ao analítico; seu sacrifício, ao econômico; sua confiança ao ético. Esta retrocipação [3] não é o elemento no sentido que se poderia dizer: a fé consiste de alegria mais sacrifício mais confiança. A Fé é algo único, sui generia; não se pode defini-la de outra maneira a não ser dizer que ela é a função mais alta. Mas estas características estão implícitas na fé sem qualificar a fé; o debate sobre se a fé é emocional, cognitiva ou volitiva é, portanto, sem sentido.

Assim, o conhecimento não é mais importante na fé do que, por exemplo, a confiança seja. Mas no que diz respeito ao nosso tema, esta característica merece um momento de nossa atenção especial. E, por isso, observamos, em primeiro lugar, que este pensar e conhecer são de caráter não-científico: ele, certamente, não poderá ser confundido com a fé, que pertence à Teologia. Entendendo escrituramente, fé é o conhecer a Deus por meio de Jesus Cristo.

III. O Significado de Fé para Ciência.

O pensamento e o conhecimento teoréticos são bastante diferentes do pensamento e conhecimento não-teoréticos. O último é sempre interessado com as coisas em sua totalidade, como por exemplo, quando eu observo as coisas em minha volta.

Mas o pensamento teorético (científico) é feito metodologicamente: cada ciência especial investiga um aspecto do todo. O método determina não apenas nosso pensamento, mas também o campo de investigação e o objeto que este lhe pertence também, e até mesmo em primeiro lugar.

O pensamento não-teórico e teórico não pode ser reduzido um ao outro. O primeiro não é menos importante que o ultimo, mas diferente. A vida prática do homem e a mulher são como tal, não inferior a do homem e da mulher na ciência: muitas vezes, sua visão é ainda mais aguda. Quem impõe o critério da ciência acima do pensamento e conhecimento não-teórico viola da vida prática; viola sua própria vida, porque também na vida do cientista, o conhecimento não-teórico mantém um importante lugar.

Mas apesar do conhecimento não-teorético e teorético não poderem ser mutuamente reduzidos, não quer dizer que eles são antagônicos. Eles são até mesmo positivamente relacionados entre si. Já que o conhecimento começa com o conhecimento não-teorético e, então, às vezes, prossegue para conhecimento diferenciado nas ciências especiais; nesta volta ele é aprofundado e enriquecido de modo que na filosofia reúne-se o conhecimento do todo.

Em tudo isso, o conhecimento não-teorético da fé ocupa um lugar especial. Pois, toda fé como função permanece função do homem; no entanto, quando alguém ouve atentamente a revelação da Palavra (a qual é confiável em si – e, assim, não precisa de testemunho para cooperá-la), ele não apenas aprende alguma coisa sobre o cosmo, mas também sobre Deus e sua relação com o cosmo. Se alguém, porém, acredita em Genesis 1.1, ele também conhecerá algo sobre Deus, ou seja, que Ele criou o mundo; e conhecerá algo sobre o cosmo, ou seja, que o mundo inteiro é criação de Deus. E este conhecimento considera os pontos principais – se você quiser: o quadro conceitual. Pois, se uma vez eu tenho este conhecimento, ele não deixa espaço para idolatrar nada criado e, positivamente, conduz-me a reconhecer a característica universal de toda criação: ela é colocada sujeita à lei de Deus e sujeita a Deus.

O mesmo vale para o conhecimento da fé concernente à história. Aqueles que confessam a Queda no pecado entendem que a queda do homem, embora não tenha sua estrutura alterada, radicalmente mudou sua direção: enquanto nenhuma nova mudança ocorra (conversão), ele não viverá corretamente guiado. O conhecimento não-teorético inclui aquilo que nós conhecemos a respeito da ira e da graça de Deus. Ambas são revelações da disposição de Deus para o pecado e para o pecador. A graça nunca, em um modo não concebível, está em oposição à natureza, mas sempre contra a ira. Quanto à relação da graça para natureza (caída), interessa-se: a melhor maneira de ser visto como chamado à vida e como cura. Pois a graça traz dons da graça, e o maior desse é a conversão do coração, a regeneração. Portanto, esta também não é uma dimensão extra recebida como um donum superadditum, mas a influência da graça por meio da qual nós começamos novamente a viver em obediência por amor, não apenas na “esfera religiosa”, mas como homens e mulheres em uma plenitude integral.

Os conceitos de conhecimento não-teorético da fé são, por conseguinte, conceitos totais. Eles não podem substituir os conceitos de investigação científica, mas enquadrá-los: o que quer que eu encontre por meio da investigação científica, cedo ou tarde, se encaixa nesse esboço.

Fé, seja cristã ou pagã, não pode ser considerada “além” da investigação. Mas o trabalho teorético é sempre uma ciência especial sobre a fé que, como campo de investigação, existe antes que a investigação possa começar e, portanto, não é construída ou fundada pela ciência.

Conclusão:

Se formos ver as relações nestes dois sentidos as coisas são assim entendidas:

Uma base teorética para fé cristã é impossível.

Mas, ao contrário, um fundamento cristão da ciência é certamente possível. É mesmo o primeiro requisito. Pois, a ciência não está fundamentada sem uma introdução de uma estrutura em que também o conhecimento cientifico deveria ser colocado.

Estas coisas são de grande importância para o investigador trabalhar. Elas incorporam seus esforços na grande luta pela verdade. Elas alimentam a responsabilidade: a ciência é parte de nossa vida – uma vida à serviço de Deus. Assim, a ciência é parte de nosso andar perante a sua face. Além disso, elas aguçam nossa visão, não apenas para aquilo que nós investigamos, mas também para o que está faltando por causa do pecado. Por exemplo, um historiador não apenas descreve o que ele encontrou em um autor pagão como Platão, mas ele verá o que Platão não conseguiu. Em outras palavras:

Ser um Cristão é infinitamente mais que ser um estudante.

Ser um Cristão é ser autorizado a estudar; assim, é mais do que não ser um estudante.

E ser um estudante Cristão é infinitamente mais do que estudar como um não-cristão. Pois o Cristão estuda toda a vida; portanto, também seu lado teorético incluindo atividades e resultados, está escondido em Deus.

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Notas:

[1] A minha tradução já foi da tradução inglesa do artigo em Holandês - NT

[2] O autor usa o termo como “centro religioso e espiritual da existência humana”(H. Dooyeweerd)

[3] Na Filosofia Reformada, o termo indica “Uma característica em certa modalidade que se refere a uma esfera anterior na escala modal, como uma espécie de reminiscência ou “lembrança”, mantendo a qualificação modal do aspecto no qual se encontra. A “extensão” de um conceito, por exemplo, é um tipo de espaço lógico: ‘lembra’ a esfera espacial, apontando para o seu núcleo de sentido, mas permanece com um sentido estritamente lógico.”(A. WOLTER in CARVALHO, Guilherme. Introdução à Filosofia Reformacional. São Paulo: AKET, s/d, p. 149)

Fonte: Reformational Publishing Project

Traduzido por Gaspar de Souza