quinta-feira, 14 de maio de 2009

MAS O QUE QUEREM OS GAYS?

Eis o post do Reinaldo Azevedo. Como sempre, fantástico! Não deixem de ler.

Sou favorável que o Presidente Lula seja o primeiro a pagar pelo que "crime de homofobia". No vídeo abaixo, vejam vocês, a postura do r. Presidente. Quem é, afinal, é "doente perverso" e "preconceituoso", Sr. Presidente?
Vejam o vídeo, depois leiam o comentário de Reinaldo Azevedo:



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No clipping desta madrugada, vocês encontram trecho de uma reportagem da Folha que informa que a União quer classificar programas de TV com “conteúdo homofóbico”. Não é preciso ser um gênio para perceber que já se começa a trilhar o terreno da censura. Eu me oponho a qualquer forma de ação do estado que limite a liberdade de expressão — inclusive a dos idiotas. E que cada um arque na Justiça com o peso do que disser. É tudo muito simples.

Sou freqüentemente acusado de sionista por conta das minhas opiniões sobre os conflitos israelo-palestinos, por exemplo. Os mais tresloucados estão convencidos de que sou um agente do Mossad. Pois é. Mas acho bobagem que se proíba, por exemplo, a publicação de livros que neguem o Holocausto. A proibição faz com que celerados como Ahmadinejad mobilizem a cabeça oca conspiratória dos imbecis: “Se é proibido negar, então é porque eles têm medo da verdade”. Entenderam? Os tolos têm de ser combatidos à luz do dia. “Ah, então ações concretas contra grupos raciais ou minorias devem ser permitidas?” O quê? Intimidação? Não! Devem ser contidas com o uso da polícia mesmo. Cana nos vagabundos! Ademais, cumpre não confundir o revisionismo, por mais estúpido que seja, com incitação ao ódio. Adiante.

Há programas humorísticos de TV que fazem troça de homossexuais? Há. Mas também fazem pilhéria dos gordos, dos magros, dos feios, dos bonitos, dos doentes, dos saudáveis... ALIÁS, NENHUMA CATEGORIA, SE ASSIM POSSO CHAMAR, É MAIS HUMILHADA E DISCRIMINADA, HOJE EM DIA, NOS PRODUTOS DA INDÚSTRIA CULTURAL, DO QUE O QUE EU CHAMARIA DE HOMEM MÉDIO! Pobre do coitado que for um desses trabalhadores que fazem tudo certinho, que pagam os impostos, que seguem as leis, que cuidam da sua família, que têm uma existência, digamos, banal. É logo tratado como um medíocre, um bobalhão, que é até ruim de cama.

Há um filme na praça que não vi e não vou ver, um desses caça-níqueis com atores de TV, chamado Divã. Falo do que dá para perceber no trailer. Pela pegada se percebe o tamanho do gigante. Uma mulher de meia-idade — casada com um desses maridos chatos que gostam de assistir a jogo de futebol na TV, apenas regulamentar na cama, sem grandes arroubos — decide cair na farra. E descobre o mundo. É a versão para as massas do “bovarismo”. Emma Bovary, como sabem os que leram, quebrou a cara. As Emmas da cultura de massa são bem-sucedidas: encontram a felicidade na era da psicanálise de revista entre feminina e feminista. Basta pôr chifre no marido, que um horizonte se abre... Preconceito? É. Um preconceito da correção política.

O que há fazer nessa guerra de valores? Ora, que cada um brigue pela sua verdade. Mas podemos perfeitamente bem deixar o estado fora disso. Afinal, o que querem os gays? Um aparato repressivo que proíba as piadas consideradas indesejadas? O mesmo devem fazer as outras chamadas “minorias”? Viveremos numa sociedade em que todos patrulham todos, transformando o humor em manifesto político? Pergunto: um homossexual poderá ser acusado de homofobia se chamar um outro homossexual de “veado” (ou “viado”, na versão popular)? Nas novelas e filmes, os gays deverão ser apresentados sempre como exemplos de caráter virtuoso? O mau-caratismo passará a ser uma prerrogativa apenas dos heterossexuais? Ou ainda: os heterossexuais têm o direito de reclamar das caricaturas que se fazem do “machão”, sempre meio bronco e de raciocínio curto?

O politicamente correto é a mais detestável das formas de censura porque exercida por pessoas que se querem dotadas de valores humanistas superiores. Acreditam, como os inquisidores, que estão perseguindo pessoas para o bem da humanidade e até dos próprios perseguidos. Rezavam enquanto o corpo do pecador ardia. Estavam crentes de que tinham acabado de vencer mais uma luta contra o demônio ao libertar aquele corpo.

Fonte: http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/

Postado por Gaspar de Souza

Um comentário:

Anônimo disse...

Como pode um presidente de uma nação faltar com tanto respeito a uma pessoa que está sendo condecorado e com as pessoas de sua cidade? Esse caso ilustra, muito bem, o meu comentário acerca da postagem Na mira anti-homofóbica. Eu tenho vergonha de ter um presidente como o Sr. Luíz Inácio Lula da Silva.

Sem. Rogerio Mattos - SPN